CARTEL E EXTRADIÇÃO: PRISÃO AMERICANA

Em dezembro de 2015, a publicação MLex entrevistou o Sr. Romano Pisciotti, o primeiro europeu a ser extraditado para os Estados Unidos pela prática de crime de cartel. Ele era procurado pela Interpol mas, morando na Itália, costumava viajar à Nigéria, onde tinha reuniões com o seu então empregador. Numa dessas viagens, o cancelamento do seu voo normal levou-o a pegar outro, com conexão em Frankfurt, onde foi preso e, depois de vários questionamentos judiciais (que duraram meses, enquanto ele era mantido preso), foi extraditado. A Justiça alemã considerou que, sendo a prática de cartel crime também na Alemanha, a extradição foi possível. Na entrevista o Sr. Romano contou o que passou no sistema prisional americano, inclusive várias transferências de prisões de formas vexatórias e privação de sono, até chegar à prisão onde passou a maior parte do tempo, em local onde dormiam 40 pessoas, com um chuveiro e uma latrina desprovida de privacidade. Isso serve para o Department of Justice demonstrar que participantes de carteis em quaisquer locais do mundo, sempre que o mercado americano seja afetado, permanecerão sob o olhar atento das autoridades americanas, sendo que os executivos devem se precaver, evitando participação em infrações, até para evitar as agruras do sistema prisional americano. Recado dado?

16/12/2015